quarta-feira, 12 de julho de 2017

Primeiras Incorporações - Casa do amor

Se alguém te disser que incorporar uma entidade é fácil, está descaradamente mentindo para você. Claro que existem aquelas pessoas que tem mais facilidade, mas não é tão simples como parece, mesmo porque médiuns inconscientes, hoje em dia são muito raros. E você conseguir diferenciar o que é você e o que é a entidade leva um certo tempo de desenvolvimento. A maioria dos médiuns são médiuns intuitivos, ou seja eles recebem as "instruções das entidades em forma de pensamento e o importante nessa hora é você confiar nas suas entidades. 
Converso muito com a Thailisi, já que ela é bem mais desenvolvida que eu, sobre isso. Ela também, assim como outros médiuns da casa já me confidenciaram que também tiveram essa mesma dificuldade, saber se é mesmo a entidade que está te pedindo para abaixar, levantar a mão ou falar alguma coisa, dançar, sorrir, gargalhar... 
Bom, eu estou exatamente nessa fase de falta de confiança. Não que eu não confie nas minhas entidades, na verdade, com todo o estudo que ando fazendo, confio minha vida à eles, pois sei que me acompanham antes mesmo de nascer, mas eu realmente não sei se são eles que estão falando comigo ou se minhas vontade vêm de tudo o que vejo ao meu redor com os outros médiuns. Tipo, será que a minha preta velha quer mesmo café ou só estou sentindo vontade porque posso escutar os outros médiuns do meu lado pedindo café, será que minha baiana ou a minha cigana está querendo dançar, ou sou eu quem está querendo fazer o mesmo que os outros. Isso é o que realmente me prende e me faz bloquear, algumas vezes as minhas entidades.

Baianos
A primeira vez que incorporei, de fato, foi numa consulta com o baiano (leia mais sobre os baianos no fim do post). Foi instruída a me consultar com ele para que pudesse indicar se eu poderia trabalhar na casa ou não. Bom, nesta consulta ele me pediu permissão para chamar minha preta velha. Começou com um ponto de preta velha e então comecei a sentir vontade de me abaixar, senti meu corpo formigar e minha respiração um pouco mais pesada. Lembro dele dando boas vindas a minha vovó e pedindo para que ela me limpasse. Bom, eu não sabia se era mesmo eu, mas ali estava eu passando minhas mãos pelos meus braços e pernas para que a limpeza fosse feita. Não tinha nada na minha cabeça além de trezentas das perguntas: "Ai meu Deus, eu to fazendo isso porque ele pediu pra fazer? Estou fazendo isso ou é ela? Será que, se parar agora, vai ser ela que acabou ou eu que me forcei a parar?"
Ainda assim lá estavam minhas mãos limpando meu corpo, não me segurei porque, bom, se não fosse ela, a entidade diante de mim saberia, certo? Então ao invés de travar eu simplesmente continuei até achar que ja podia parar. Ele me esperou, pacientemente e após eu voltar a encará-lo ele estava com um sorriso no rosto. "-Ufa, não fiz show nenhum, senão ele não estaria com esse sorriso", pensei. kkkk
Recebi recomendações para fazer 21 dias de mel (tomar uma colher logo pela manhã) e banho de rosa branca a cada sete dias para me dar mais energia. Fiz tudo direitinho, mas enrolei uns dois meses para voltar no Baiano já que eu, apesar de querer, ainda temia não conseguir adaptar a minha rotina ao centro. 
Tinha medo de não conseguir separar os sábados necessários para o trabalho, ou pagar a mensalidade, deixar meu filho com alguém para olhá-lo... muitas dificuldades começaram a aparecer, ainda mais dependendo da minha mãe ou da minha sogra para ficar com ele... Tinha medo de não conseguir. 
Esse medo, aos poucos, foi ficando para trás, com as consultas que eu tive com alguns pretos velhos que me deram uma luz para meus medos (Vovó Cambina e Pai Benedito, principalmente )

Então depois de dois meses me consultei novamente com o Baiano dando, agora, certeza de que eu queria trabalhar na casa, não importasse os problemas, porque sempre os teria, mas o importante é acreditar que Deus iria me dar a solução para cada um deles e assim conseguir seguir a minha caminhada na fé. Esta foi a minha segunda incorporação da preta velha e foi neste dia que ele me pediu para fazer o reconhecimento (obrigação) para a minha Preta Velha.


- Preta velha, boiadeiro, caboclo, e esquerda 17 de junho 2017
Esta gira foi a minha primeira gira de desenvolvimento. Começamos com a gira de pretos velhos, me impressionei por sentir imediatamente a presença dela. Todo meu corpo ficou dormente e logo estava eu, sentadinha no meu banco com as pernas tremendo incontrolavelmente. No inicio era bem fraquinho, mas a intensidade dos tremores aumentou e sequer consegui ficar de olhos fechados. Olho ao redor, meus amigos concentrados e eu só conseguia pensar que a minha perna não parava de tremer. Depois reparei que a minha mão direita quase não se mexia, quando o fazia, meu dedo indicador não dobrava por nada. Minha amiga, Thuani, começou no mesmo dia que eu e estava ao meu lado. Quando eu percebia que ela não estava incorporada virava pra ela e falava "Thuca, meu dedo está estranho, Thuca.. Não dá pra mexer." Tudo bem, ela só riu da minha cara. kkk Voltei a me concentrar e parei de perturbá-la e até o fim do desenvolvimento senti aquelas sensações. O que foi bom, porque  foi preciso isso para perceber o quanto eu estava "acompanhada". Me fez perceber que eu podia sim confiar nas minhas intuições, na sua presença e me limpar, talvez prestar mais atenção se ela me passava alguma mensagem...
Logo depois se iniciou a gira com as outras entidades. Boiadeiro, Caboclos e Exús. Senti a presença do boiadeiro de uma forma bem mais leve, não foi o mesmo que tive com a vovó, mas senti vontade de mexer meus braços e foi o que fiz. Na hora dos caboclos, não tenho  muito a dizer poque realmente não lembro muito do que aconteceu. Pelo que me disseram eu ajoelhei no chão e bati no peito. Mas eu lembro disso? Não, achei o tempo todo que estava em pé me concentrando para senti-lo. Gostei muito de saber, depois, o que fiz porque enquanto eu estava achando que aquela entidade foi a que menos senti, foi a entidade que mais tomou meus sentidos e meu corpo na hora da gira. Me senti orgulhosa desse desenvolvimento!
Na hora da esquerda não senti muita coisa, mas não posso dizer que não tinha ninguém próximo de mim porque eu sentia uma vontade imensa de rir. Rir?? Não, gargalhar!! E Nathalia sentiu vergonha?? Claro, Nathalia não fala na frente de mais de três pessoas se ficarem olhando demais para ela. Rir tão alto como ri naquele dia, na frente de tanta gente da assistência, com certeza não era porque eu queria aparecer. rs Mais uma prova que não, não era eu ali o tempo inteiro.
Novamente me senti orgulhosa. Cada vez que sinto a presença das minhas entidades, a cada tema que aprendo a cada vivência no desenvolvimento me dão muito orgulho.

- Preta velha, Crianças 24 de junho 2017
Neste desenvolvimento senti minha preta velha, mas não fiquei com a mão estranha, apesar de tremer as pernas, descobri que quanto mais eu me acostumo com a sua energia menos eu me sinto diferente como me senti da ultima gira. São os chacras se alinhando. 
A gira das crianças!! Que gira linda, todos deveria ir, pelo menos uma vez na vida para sentir a vibração do lugar.  Precisa estar muito mal e cego para não apreciar da festa que esses Erês fazem no terreiro! 
Eu, não incorporei minha criança a ponto de não lembrar ou a ponto dela se apresentar, mas eu também não estava agindo normalmente. Apesar de gostar de doce, não sou do tipo de pessoa que se enche de doces, mas naquele dia.. naquele diiiia.... Meus amigos, que estavam na assistência quase riam de mim de tanto pirulito que eu comi. Diziam que não durava nem 1 minuto na minha boca e eu já estava pegando outro. E mergulhar ele no guaraná? Não lembro de fazer isso desde que eu tinha uns 8 anos de idade. Se não mais nova. rs (Como disse a Thailisi, ela nunca me viu cuidar tanto de um copo de cerveja como eu cuidei naquele dia do meu guaraná. kkkkk) 
Quase no final da gira quis me consultar com o Jorginho (Erê da Thailisi), mas ele se recusou a me limpar pois eu tinha a minha criança para fazer isso. Resultado?? Quando ele colocou a mão dele na minha e me puxou, comecei a pular, a girar, a rir... E sim, ali o meu erê tinha realmente se manifestado, mas foi "apenas" isso. 
Não entenda o meu apenas como se eu tivesse considerado isso pouco. É que ainda estou na curiosidade para saber o nome das minhas entidades. Algo super normal para os médiuns novos e fico ansiosa para que eu tenha a honra de finalmente nomeá-los.


- Cigana 8 de julho de 2017

A gira de ciganos também é linda. Tem uma bela fogueira onde ciganos dançam ao redor e limpam o ambiente para as consultas. A gira é toda voltada para eles e também é um lindo "ritual". Senti a minha Cigana algumas vezes durante a gira. Ela dançou ou eu dancei? Sim, a dúvida ainda persiste, mas novamente, confiei nas minhas intuições. Sentia vontade de pegar na saia e balançar, então eu fiz, senti vontade de esticar os braços na direção da fogueira e fiz, senti que queria fazer movimentos com meu braço enquanto estava ao lado da fogueira e novamente fiz.
Me apego aos conselhos de que estou no caminho certo, que todo médium iniciante passa por essa situação, tem essas dúvidas e como eu disse anteriormente, o segredo é confiar.

Até hpje esta foram as giras que participei. Não vou falar de todas com tantos detalhes como neste post, mas ou sempre deixar um pouquinho do meu desenvolvimento.
Novamente, lembrando que tudo o que digo aqui são experiencias MINHAS. Não estou dizendo que estou certa ou errada e quando errar espero que nos poss seguintes eu encontre onde errei e corrija.. Não apenas pelo blog, mas porque eu também sou humana, posso errar, mas também sei que tenho a capacidade de aprender.

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